Os aumentos que vêm ocorrendo no valor de itens como combustíveis e pneus têm ampliado os impactos da defasagem tarifária nas empresas que atuam com o transporte coletivo urbano na região. Essa avaliação é do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Oeste (Sintroeste), que tem abrangência em 86 municípios no Oeste.
Principal insumo do transporte, o óleo diesel subiu de preço quatro vezes neste ano e chega ao acumulado de 35,9%, conforme a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Essa mesma agência indica que desde junho do ano passado o aumento acumulado é de 57%. Já o custo dos pneus foi elevado em 28,2% no ano passado, ante a inflação de 10,16% medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Enquanto o custo dos insumos do transporte urbano cresce, as tarifas permanecem defasadas, mostra levantamento do Sintroeste, que exemplifica a situação de Chapecó em comparação com outras cidades de porte semelhante ou menor. Enquanto na cidade a tarifa é de R$ 3,60, considerada uma das menores do país em cidades do mesmo porte, em Itajaí é de R$ 6,00, em Blumenau de R$ 5,50, em Joinville de R$ 5,00, em Lages R$ 4,50 e em Criciúma R$ 4,45. Mesmo em cidades menores, o custo é maior, como é o caso de Caçador, que neste mês reajustou para R$ 5,00 o valor da tarifa em dinheiro e para R$ 4,80 no cartão eletrônico.
SUBSÍDIO NO SUL
Uma das formas de equilibrar o sistema de transporte urbano é representada pelo subsídio municipal, como ocorre em Florianópolis, como forma de não encarecer o custo aos usuários e compatibilizar os gastos das empresas. Em Blumenau a prefeitura manteve neste ano o subsídio ao setor no valor de R$ 26 milhões, para não elevar o valor da tarifa, que se aproximaria dos R$ 6,50, mas foi estabelecido em R$ 5,50 quando paga nos ônibus, em R$ 5,00 no vale transporte e no mesmo valor para aquisição antecipada.
No Rio Grande do Sul, dois dos principais municípios mantêm subsídio. Em Santa Maria foi definido neste ano o investimento, pela administração municipal, de subsídio na ordem de R$ 6 milhões para o sistema de transporte público, para que a passagem saia dos R$ 5,00 para R$ 4,50. Já em Caxias do Sul as tarifas também diminuíram graças a subsídio municipal, e passaram de R$ 5,50 para R$ 4,75.
